11 maio 2010

O Caminho

Viajei muito nos últimos 5 anos. Conheci a Ásia, a América Latina, percorri cidades Europeias. Deparei-me com o facto de que a primeira coisa que faço quando chego a um sitio novo é caminhar, perder-me nas ruas, jardins, praças, descobrir os bairros, sem mapa, sem objectivo definido.  Perco-me para encontrar a cidade. Perco-me para me encontrar na cidade.


Encontro refugio em momentos de reflexão silenciosa. O silêncio liberta-me, acolhe-me, conforta-me. Encontro para além das palavras, nas sensações, aquela que creio ser a minha essência. Em silêncio ligo-me à verdade, à intimidade, àquilo que é mais nuclear no meu ser.

Caminhar em silêncio é o que me move para o Caminho de Santiago.

Vou caminhar onde milhares, milhões de peregrinos caminharam ao longos dos séculos. Vou deixar que a energia de milhares de preces, de intenções, milhares de esperanças, dons, verdades, interiores penetrem em mim em cada passo que der. 

Dizem que não há maior sorte do que descobrir para que estamos aqui e cumprir a nossa missão.
Não sei ainda o que me trouxe cá, a este aqui e agora, com este nome e este corpo, e com estes dons.
Reconheço em mim um acesso à vida interior e a capacidade de o expressar, num diário, numa conversa, num blog, mas falta-me um sentido de propósito, a certeza de que é por aqui! Vamos!

Procurarei no Caminho o meu propósito, a minha ligação e este tempo, a este lugar, o grande amor, a grande libertação do meu ser interior, a sua expressão, sempre sabendo que as respostas estão dentro de mim, o Caminho será apenas um catalizador.



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